woensdag 13 april 2011

Um pensamento qualquer sobre a juventude que acaba de passar correndo por aqui

Quando eu ainda era pequeno e andava por aí  descalço correndo atrás de bola, o mundo era e não era, mas parecia só meu, o passado apenas mais uma página em branco, o futuro pertencia a Deus, e eu vivia as coisas do presente como tudo deveria ser vivido. Tempo bom! Depois o mundo foi mudando dentro e fora de mim e nunca mais parou de mudar. Diziam que tinha me preocupar com o "futuro", vencer na vida, e dessas coisas certas e erradas que a gente aprende nos bancos da escola. Aos poucos as minhas páginas foram ficando repletas de tinta, algumas azul-escuras, ou engarranchadas à lápis, outras escurecidas pelo breu da minha história e da história dos outros ao meu redor.
Acontece que o presente foi logo se misturando com o passado e o futuro acenando prá mim sem parar com suas miragens coloridas. Hoje em dia parece que meus pensamentos não param mais de navegar nas águas desse meu passado, gente que já morreu, tesões antigos, amores esquecidos, rugas do tempo que passou e continua a passar em mim.
São como velhas canções esquecidas que de súbito emergem de alguma sombra qualquer dentro deste coração esquisito e vêm me trazer alegrias ou melancolias. Talvez isso seja decorrente de algum passado coletivo que a gente um dia habitou junto, coisas da juventude, dos nossos "Clubes da Esquina". Mas ontem me lembrei do Raul e da "metamorfose ambulante" dele. Passei o dia dentro de mim cantando em silêncio e tentando em vão apagar as minhas velhas "opniões formadas sobre tudo".

1 opmerking:

  1. O culto à memória não nos faz prisoneiros do passado. Fazem bem às nossas metamorfoseações. Valeu, velho Joe! Um abraço grande. paz e bem.

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