dinsdag 4 juni 2013
"Pé de Garça"
Aqui com meus botões. Nunca pensei em passar dos cinqüenta, passei e graças à Deus estou forte e firme; pensando bem nem tão forte nem tão firme, mais ou menos, às vezes prá mais, outras prá menos, ou seja como todo mundo por aí, levando a vida e ela nos levando. Reclamar de barriga cheia prá que, mais ou menos já tá bom demais, diria o Mirtão.
E o Mirtão sabe bem das coisas, pode perguntar que ele responde no ato. O que não souber acho que o bicho inventa ali na hora, inventa mas inventa bem, pois eu sempre acreditei nele. Opaaa, palavras cruzadas e nome de árvores é com ele mesmo, conhece toda flora e fauna brasileira como ninguém neste mundo, na palma da mão, na ponta da língua. Um dia atravessando o Paranazão de balsa ele apontou prá mim uma árvore branquinha, branquinha aparecendo lá longe no horizonte. O barco foi chegando perto de mansinho, e a tal da árvore começou a tremer, esvoaçar sob o sol tal qual uma miragem no deserto, só que não era deserto mas acho que era do lado Mato Grosso aquele lado das águas. Anyway, o Mirtão ia do meu lado uma por uma dando consecutivamente os nomes das dita cujas das árvores, ipê-roxo, ipê-amarelo, pau-disso, pau-daquilo, algumas eu conhecia, outras só em livros de botânica que infelizmente só vi as fotos, de repente a paisagem se esbranqueceu, ficou tudo silencioso, quase mudo, parou o vento, parou o tempo, parou meu pensamento, prá depois virar um alvoroço daqueles, que infelizmente não consigo aqui em palavras descrever, mas alvoroçou gostoso, bonito, um alvoroço não de gente, pois alvoroço de gente eu nunca curti muito, mas foi um alvoroço desses da natureza, parecia filme desses da "national geografic", mas não era filme pois felizmente ninguém filmou, pois se alguém tivesse filmado não fariam sentido algum essas minhas parcas linhas mal-escritas, acho que nem o Mirtão teria sido o mesmo, pois cheio de moral iria ter olhado a tal câmera e dado umas de ator, e eu como sempre teria me escondido debaixo da barra de alguma saia ou em algum bom canto onde as lentes não me encontrassem, porém confesso aqui, aquele foi um momento lindo, lembrando bem acho que já faz tanto tempo que a internet ainda nem existia, nem celular, muito menos Ipad, mas o Mirtão táva lá,
e ali do meu lado cascou logo em cima catedrático que nem ele só e bem alto prá todo mundo em cima da tal balsinha ouvir, "pé de garça!"; se não existir eu gosto de pensar que ele criou ali naquele inusitado instante um nome perfeito para aquela árvore maravilhosa e era só prá mim, milhares de garças brancas em infinitos cachos floridos e sobretudo alvoroçantes, e balançando, balançando, ou será que era a porra da balsa que balançava, balançava sem parar, sei lá, já faz tanto tempo e nem eram garças nem nada as tais das aves mas outro bicho qualquer, que apenas empoleiradas tentavam dormir o sono delas e a gente tinha as acordado, pois passarinho é que nem galinha, dorme bem cedinho que nem eu. Pô, já são oito e meia, acho vou ligar pro Mirtão lá na loja antes de dormir, que horas será que são agora lá no meu Norte do Paraná, cinco menos que aqui na Holanda acho, nunca entendi muito bem esse negócio de fusos, horário de verão menos ainda, mas eu sei que é aniversário dele hoje, pois tenho anotado dentro desta velha cabeça oca e careca, precisamente dez anos a mais do que eu, 60tão! Parabéns Mirtão!!
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